Homem com H não é apenas uma cinebiografia; é uma imersão visceral na vida e na arte de Ney Matogrosso.
Dirigido por Esmir Filho, o filme transcende a narrativa convencional para capturar a essência de um dos artistas mais transgressores da música brasileira.
Jesuíta Barbosa entrega uma performance arrebatadora, incorporando Ney com uma intensidade que vai além da imitação. Sua interpretação não apenas reflete os trejeitos e a voz do cantor, mas também sua coragem, vulnerabilidade e paixão pela liberdade de expressão.
A direção de Esmir Filho é sensível e ousada, utilizando uma estética que mistura o realismo com o onírico, refletindo a natureza multifacetada de Ney.
O roteiro não se esquiva de temas delicados, abordando a sexualidade, a censura e os desafios pessoais enfrentados por Ney ao longo de sua carreira. A narrativa é entrelaçada com momentos de introspecção e explosões de criatividade, espelhando a dualidade do artista.
Uma das cenas que destacamos do filme é uma ousada sequência de orgia, que retrata com intensidade a liberdade sexual de Ney. Baseada em fatos reais, a cena reflete momentos vividos pelo artista, que destacou sua importância na luta pela liberdade sexual em sintonia com sua trajetória transgressora.
Ney revelou ter se emocionado ao assistir ao filme, reforçando que tudo o que está ali é verdade. A atuação de Jesuíta Barbosa também foi elogiada, especialmente pela entrega nas cenas mais desafiadoras.
A trilha sonora, repleta de clássicos como “Homem com H” e “Sangue Latino”, é integrada de forma orgânica, servindo como uma extensão da narrativa.
Homem com H é uma celebração da autenticidade e da resistência. É um filme que não apenas conta a história de Ney Matogrosso, mas também inspira o espectador a abraçar sua própria individualidade.
