Festival Turá reúne 26 mil pessoas em sua estreia

Criado com o intuito de fomentar, exaltar e divulgar a pluralidade da cultura do nosso país, a primeira edição do Turá aconteceu no último final de semana (dias 2 e 3 de julho), no gramado do Auditório do Parque do Ibirapuera, concebido por Oscar Niemeyer para apresentações de espetáculos musicais, considerado por muitos um ponto turístico da capital paulista, reunindo 26 mil pessoas.

Larissa Luz fez o primeiro show do sábado e levou o seu afrofuturismo para o gramado do Ibirapuera em uma tarde ensolarada. Canções como Afrodate, Cupido Erê e Brinco Só, que integram Deusa Dulov, EP mais recente, não ficaram de fora. Roberta Sá abriu o show homenageando Ivone Lara com Alguém me Avisou e fez o público sambar do começo ao fim com Água da Minha Sede, Samba de Arerê, Tá Escrito e muitas outras. Entre um show e outro, muita música brasileira com os DJs: Pathy Dejesus fez um set predominantemente de samba-rock e MPB e se emocionou ao falar do filho Rakim ao som de A Menina Dança, do grupo Novos Baianos; Cinara representou o rap nacional; Dre Guazzelli levou toda a sua pesquisa da música brasileira com influência de música eletrônica; Santo Forte fez do festival Turá uma celebração ao afrobeat; e Mulu, em duas apresentações, fez o público dançar com uma mistura de ritmos brasileiros. Lagum, uma das principais bandas adoradas pela geração Z, fez o público cantar e se emocionar com as principais músicas da carreira, com destaque para Ninguém me Ensinou, Deixa, Bem Melhor, Oi, Eu e Minhas Paranóias, Eu te Amo, entre outras animou o gramado do Ibirapuera. Já no final da tarde, a cantora pernambucana Duda Beat subiu ao palco e, junto com suas dançarinas, cantou os principais hits da carreira como Chega, Parece Pouco, Pro Mundo Ouvir, Bolo de Rolo, Bebi Beat e, claro, Bixinho.

O primeiro representante do hip hop nacional da noite foi o rapper Xamã. Com um setlist que mistura rap com batidas de funk, Xamã esbanjou simpatia, elogiou os artistas de rap de São Paulo, fez freestyle e encerrou a apresentação com um dos seus maiores sucessos, Malvadão 3, cuja coreografia viralizou no Tik Tok. Depois de Roberta Sá, o samba também marcou presença na voz do ícone Paulinho da Viola, que fez todas as gerações cantarem clássicos como Coração Leviano, Pecado Capital, Foi um Rio Que Passou em Minha Vida. O show de encerramento ficou por conta de Emicida e sua banda. Ao longo de quase 90 minutos de show, o rapper homenageou Pixinguinha com as músicas Carinhoso e São Pixinguinha, e Wilson Simonal com Tributo a Martin Luther King e cantou algumas das canções mais famosas desde o começo de sua carreira — entre elas, Eu Gosto Dela, Hoje Cedo e Levanta e Anda. Músicas do disco mais recente, o AmarELO, não ficaram de fora e fez grande parte do público se emocionar com A Ordem Natural das Coisas, Madagascar, Pantera Negra, Amarelo e encerrou o show com Principia. O rap também não deixou de exaltar a grandeza do piloto Lewis Hamilton e a polêmica com Nelson Piquet.

No domingo, o festival começou com músicas de amorzinho na voz da banda Baby e, durante a tarde, nomes como Eu Vou Chamar o Síndico, Pardieiro, Forró Red Light, DJ Th4ys Deekapz discotecaram nos intervalos. Luísa e os Alquimistas se aprofundaram na energia dos batidões eletrônicos da música urbana nordestina, com as músicas Olhos de tocha, Brechó piseiro e Garota ligeira. Alceu Valença, não poupou esforços e transformou o gramado do Ibirapuera em um verdadeiro carnaval fora de época. Clássicos como Pagode Russo, Vem Morena, Girassol, Belle de Jour, Coração Bobo, Táxi Lunar, Anunciação, Tropicana e muitos outros foram aplaudidos.

Baco Exu do Blues levou seu hip hop romântico para o palco do Turá e, com a participação das backing vocals Mirella, Alma e Aísha, fez o público cantar sucessos como Me Desculpa Jay Z, 20 Ligações e Hotel Carol, sua nova música ao lado de Luísa Sonza. Ao lado de Illy, cantaram Lágrimas. Illy e Marina Sena dominaram o palco cantando juntas em Quente Colorido e, em seguida, a artista mineira entoou o hit Por Supuesto. A apresentação acabou com chave de ouro com a versão Te Amo Disgraça no dueto de Baco e Marina Sena. Também foi muito elogiada neste domingo o encontro entre Nando Reis e o cantor Jão, um dos principais nomes aclamados pela Geração Z. Juntos, cantaram Sim, Do Seu Lado, Dois Rios e Idiota. Nando Reis também contou com a participação de seu filho Sebastião nas faixas Dona, All Star, Pra Você Guardei o Amor, Os Cegos do Castelo e Por Onde Andei. O segundo e último dia do Turá terminou com BaianaSystem, uma das maiores bandas da atualidade, que levou toda a energia baiana para o Ibirapuera. Este show, que marcou o retorno da banda à cidade de São Paulo depois de dois anos, fez o público pular e dançar, abrir e fechar rodas, ao som dos maiores sucessos, entre eles, Cabeça de Papel, Capim Guiné, Sulamericano, Duas Cidades, Dia da Caça e muitas outras.

“O Turá surge para ser um festival que celebra as diversas facetas da música brasileira, que se conecta tanto com artistas grandes e já consagrados como também com os independentes. Estamos muito felizes com os resultados que conquistamos, conseguimos criar um evento que trouxe o que é o Brasil e o brasileiro em sua essência, por meio da música, das pessoas e da gastronomia”, comentou Francesca Brown Alterio, diretora de festivais da T4F e idealizadora do projeto.

Com o nome que faz uma brincadeira com o final das palavras abertura, cultura, mistura e releitura, o festival ofereceu também um cardápio equivalente a uma viagem pelo país. O Bar da Dona Onça ofereceu o famoso croquete de carne de panela e o bolo gelado de abacaxi, o Mocotó destacou o tempero do nordeste com seis opções típicas de doces e salgados, como a porção de dadinho de tapioca, o baião de dois com carne de sol e o crocante de malte . Além destes, a Casa do Pão de Queijo, o Box da Fruta, Consulado Gaúcho, Consulado Mineiro, Espeto Mais, Fôrno, JK Gastronomia e Rota do Acarajé foram os dez restaurantes presentes, oferecendo ao todo mais de 50 opções gastronômicas para todos os gostos.

Além disso, por entender que o caminho para um festival diverso e plural passa por construir uma governança corporativa responsável, o evento contou com diversas ações sustentáveis, como a compensação em dobro das emissões de carbono do evento (realizada pela Hering em parceria com a Moss), a substituição de panfletos e folders por QRCodes espalhados pela área do festival, lixeiras para bituqueiras e para separação correta do lixo, pontos de arrecadação de agasalhos e cobertores — doados para o Projeto Gaia –, além da implementação de plataformas, bares, tendas de alimentação, banheiros e caixas acessíveis por todo o evento, tornando a experiência de todos ainda mais especial e inesquecível. Além disso, todos os shows tiveram audiodescrição e tradução em Libras.

O Turá foi apresentado pela Hering, patrocinado por Whiskey Jameson e TikTok, teve a Colorado como cerveja oficial e o apoio de Mike’s, Red Bull, Daki, Schweppes e Urbia.

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